sábado, 8 de dezembro de 2012

Múltiplas Narrativas: aonde a nova era digital quer nos levar?


Ciclo Inter-Agir  de curadoria e idealização de Ana Lúcia Ribeiro Pardo ,mesa de debate e palestras Múltiplas Linguagens Narrativas Transmídia e Não-Linear, realizada no dia 13/11/2012, que reuniu Sonaira D’Ávila (Studio Escola de Atores) como Co-Curadoria da mesa; Giuliano Chiaradia (Set Experimental); o alemão Florian Talhofer (criador do Sistema Korsakow); e Renata Jesion e Nelson Kao (Teatro para Alguém) no Oi Futuro Flamengo. Todos referências em linguagens.

Faz pouco tempo que os modelos de comunicação de mão única foram substituídos por modelos participativos. Engajar, compartilhar, interagir e curtir são verbos desta Era Digital, onde a democratização da produção de conteúdo dá “fala” e protagonismo à todos, e vem de encontro a promoção da cidadania. 

Estamos vivendo uma cultura de produção de imagens. Mas novos níveis de percepção cinestésico e sensorial são despertados na utilização das tecnologias de toque, que nos convidam a interagir, como extensão do corpo - seja ele físico ou social. A  evolução da tecnologia  e das ferramentas digitais provocaram uma revolução comportamental, alterando os processos de disseminação do conhecimento e os códigos de comunicação e linguagens corporais. Nos trouxe uma mudança da forma de pensar, somar, criar coletivamente, transformar a “cena” com o que se tem na mão, com os recursos que se dispõem.

Múltiplas Narrativas explodem diante de nossos olhos. Diferentes olhares sobre as formas infinitas de se comunicar e transitar em múltiplas realidades. Somos instigados a aprender como múltiplas realidades funcionam. 

Qual o propósito de ser um contador de histórias? Ser um contador de histórias não é dizer como você tem de pensar, mas dar perguntas para você pensar e construir pela curiosidade sua narrativa num processo dinâmico. E, consequentemente, poder proporcionar a extensão das experiências de narrativa de uma plataforma para outra, se for o caso.

A facilidade de produção e informação ligada ao instantâneo, ao imediato, e ao acesso às diversas ferramentas, levam a uma avalanche de produção sem seleção. Muitos vivem numa celebração à exposição sem reflexão, sem se comunicar.

Porem, é necessário uma boa idéia para se ter destaque. “São as ideias que te destacam”, segundo Giuliano Chiaradia, diretor da Set Experimental.

Para os imigrantes digitais, analógicos e lineares por natureza, a maior dificuldade é a quebra da barreira tecnológica. São estimulados a rever seus códigos de comunicação, escolhas, interferências e interatividade.

Parar de assistir e começar a fazer: este é o impulso básico dos Nativos Digitais, a geração múltitarefa e não-linear. São os “Prosumers”, que experimentam e se apropriam da tecnologia, produzindo seus conteúdos. São capazes de aceitar realidades diferentes, distintas, fragmentadas, e arriscar caminhos novos e desconhecidos. Aprendem a “falar” naturalmente, sem com isso se tornarem leitores e produtores conscientes das linguagens e códigos.

Eles interagem com o mundo e utilizam as ferramentas, instrumentos e tecnologias como extensão do seu corpo e pensamento. “Toda mídia é uma extensão fabricada” - gosto da frase de Marshall McLuhan.

Todos, hoje, somos convocados à ação. 

Agilidade, mobilidade, portabilidade e interatividade são incorporadas nas nossas formas de viver e expressar.

Queremos fazer parte da experiência contextual gerada pela mobilidade, pela portabilidade, pelo toque, produzindo algo pessoal e instantâneo na ultima potência.

Estamos conectados em tempo real e somos os protagonistas das nossas histórias. “Quando deixamos de pensar e agimos, o próprio ato passa a ser artístico. A questão é saber usar as ferramentas da forma que lhe cabe a favor da sua idéia", disse Nelson Kao, do Teatro para Alguém. 

Entender a história a ser contada, analisá-la e ver que cada detalhe e ferramenta ajuda a contar. "Saber escolher as ferramentas e mídias e como usá-las determina o que você quer dizer” complementa Giuliano Chiaradia.

Falar de Múltiplas Narrativas é reintegrar o corpo simbólico, social, político e individual nestas realidades multifacetadas  e não excludentes e, com certeza, proporcionar o reingresso dos sentidos numa cultura áudio / tátil / visual.

Por Sonaira D'Ávila 

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